Poupe desperdício de tempo e recursos no seu próximo projeto digital. Entenda como um MVP com Lean Inception ajuda a alinhar times, validar hipóteses e estruturar entregas, focado em valor real desde o início. |
Desenvolver um MVP com Lean Inception é a forma mais segura de começar um projeto sem cair em escopos exagerados, desalinhamentos internos ou apostas sem direção. Essa combinação constrói uma versão inicial realmente viável, com foco em aprendizado e entrega de valor logo nas primeiras interações.
Mas saber o que é MVP e por onde começar não é o bastante. O que realmente faz diferença é entender quando usar, porque tantos projetos falham mesmo seguindo “o método certo” e o que empresas como Amazon, Uber e Airbnb fizeram de forma diferente. Ao seguir na leitura, você verá como aplicar essas decisões no seu próprio contexto, com mais clareza e muito menos tentativa e erro.
Primeiro, o que é um MVP de verdade (e o que ele não é)?
Um MVP (Minimum Viable Product) é a versão mais simples de um produto que já pode ser usada de verdade, mesmo com poucas funcionalidades. Ele serve para testar se uma ideia tem aderência no mundo real. E o mais importante: se resolve um problema, mesmo que com uma solução inicial bem básica.
Imagina que a empresa quer lançar um sistema para logística de entregas em cidades pequenas. O MVP não precisa ter rastreamento por GPS nem integração com apps de terceiros. Pode ser uma interface simples com cadastro de entregas e visualização de rotas. O ponto é: o sistema precisa funcionar e ser usado por pessoas reais. É isso que gera aprendizado.
E o que não é MVP?
- Não é só uma maquete bonita ou um protótipo navegável.
- Não é um sistema quase pronto, mas instável e sem suporte.
- E não é uma versão “limitada” do produto final que ninguém consegue usar no dia a dia.
Outro ponto: tem pessoas que chamam de MVP um projeto que ainda está em fase de apresentação. Mas, sem o público testando e sem feedback real, isso ainda não é um MVP.
Por que tantos MVPs falham?
Um dos principais problemas é que o público final não testa. E sabe por quê? Porque ninguém conversou com quem realmente sente o problema antes de construir o MVP.
A entrega não atrai nem motiva ninguém a experimentar (nem mesmo os early adopters). Por exemplo, há empresas que lançam app interno para agilizar alguma tarefa, mas a operação não é envolvida. O resultado só pode ser um: o time continua seguindo as etapas como sempre fez.
Outro ponto que leva à falha é a construção. A equipe quer entregar tudo de uma vez: faz login, painel, alertas, dashboards, etc. Porém, esquece de validar se a ideia principal é realmente útil. Nesse caso, perde tempo e verba com funcionalidades que ninguém pediu.
Inclusive, erro de timing também é comum. Muita empresa erra ao lançar MVP quando o cliente ainda não entendeu o problema que ele resolve. Ou quando o timing do mercado já passou.
Ainda vale apontar a falta de sustentação. A PoC (prova de conceito) vai bem, o MVP até é aprovado, mas depois falta squad, governança e plano de rollout. E então, o projeto fica “parado no limbo”.
Por fim, um MVP falha por não ser metrificado. Como você sabe se funcionou? O que vai mudar na próxima versão? Sem feedback e dados concretos, você não tem aprendizado. Só aposta.
Por que sua empresa deveria fazer uma Lean Inception antes de desenvolver o MVP
Lean Inception é uma metodologia criada por Paulo Caroli, que une conceitos do Lean Startup com práticas ágeis de desenvolvimento. É, na prática, uma sequência de workshops colaborativos, feita geralmente em até 5 dias, com um objetivo claro: definir o MVP certo a ser construído.
Ela ajuda a responder perguntas como:
- Qual é o problema que queremos resolver?
- Quem são os usuários e o que eles precisam?
- Quais tipos de software sob medida atendem essa demanda?
- Qual é a menor entrega possível que já gera valor?
- Como vamos validar o sucesso dessa entrega?
Ou seja, antes de escrever qualquer linha de código, a Lean Inception estrutura o projeto para que o time desenvolva algo viável, útil e com direcionamento claro. E não um produto aleatório “só para dizer que lançou”.
Quando usar Lean Inception no seu projeto MVP
A Lean Inception não é para qualquer tipo de entrega. Ela serve quando há risco, incerteza ou desalinhamento. Por isso, é muito comum usá-la quando:
- A ideia ainda é vaga e precisa virar um plano claro de MVP. Ajuda a estruturar objetivos, público-alvo e hipóteses antes de qualquer linha de código.
- Diferentes áreas do projeto têm visões conflitantes. Ideal para alinhar prioridades entre produto, tecnologia, negócio, UX e demais envolvidos.
- O orçamento e o tempo são limitados, priorizando o que realmente precisa ser entregue na primeira versão, evitando escopos inflados.
- O problema é novo ou pouco explorado pela empresa. Ajuda a entender o contexto, formular hipóteses e testar de forma direcionada com o MVP.
- O projeto está começando do zero, sem legados ou estrutura pronta, organizando os primeiros passos com foco em valor entregue e aprendizado validado.
Como funciona uma Lean Inception até o MVP
A Lean Inception é um processo colaborativo que segue uma sequência de atividades que ajudam o time a entender o contexto do projeto, o perfil dos usuários e o que pode ser construído logo no início, sem desperdício de tempo ou esforço.
Funciona mais ou menos assim:
- Dia 1 – Alinhamento inicial com apresentações, visão do produto e definição de objetivos do projeto.
- Dia 2 – Entendimento do público e levantamento de funcionalidades com construção de personas e descoberta de features relevantes.
- Dia 3 – Análise técnica e priorização inicial com nivelamento das funcionalidades propostas com olhar técnico e de negócio.
- Dia 4 – Fluxos de uso e organização das entregas com desenho das jornadas do usuário e sequenciamento das features.
- Dia 5 – Definição do MVP e validação coletiva com construção do Canvas MVP e apresentação final para alinhar próximos passos.
Para entender o funcionamento mais a fundo, leia também: O que é Lean Inception?
Exemplos de MVPs que deram certo e o que podemos aprender com eles
Existem marcas bem famosas que você utiliza todos os dias e que começaram com um MVP.
Amazon: começou com livros, não com uma loja completa
Em 1994, Jeff Bezos criou a Amazon como uma simples livraria online. O site era básico e a empresa nem tinha estoque próprio. Quando alguém fazia um pedido, eles compravam o livro de uma distribuidora e enviavam ao cliente.
O que estava sendo testado ali? Se as pessoas confiariam em comprar livros pela internet.
Deu certo. E com o tempo, a Amazon foi expandindo para outras categorias. Mas se tivesse começado com um marketplace completo, centenas de categorias e estrutura logística própria, o risco teria sido muito maior e o aprendizado, mais lento.
💡O MVP precisa testar o comportamento essencial. No caso da Amazon, era “o cliente está disposto a comprar online?”. Tudo além disso poderia esperar.
Uber: um botão que chamava um carro
Antes de virar o que é hoje, com categorias, entregas e múltiplos recursos, o Uber era apenas um app com um botão. Você clicava, um veículo vinha até você, e pronto. Era exclusivo de San Francisco e funcionava só com motoristas parceiros.
O que eles estavam validando? Se as pessoas usariam um serviço de transporte sob demanda via app, sem precisar ligar para alguém ou esperar por táxis.
O sistema era simples, funcional e limitado, mas entregava valor real. Com o tempo, eles foram testando novos mercados, recursos e modelos (como o UberX e o Uber Eats).
💡O MVP não precisa ser escalável desde o início. Precisa ser funcional, específico e testável em condições reais.
Airbnb: um colchão inflável e um site improvisado
Dois designers em São Francisco não tinham como pagar o aluguel. Criaram um site simples, colocaram três colchões infláveis no apartamento e ofereceram “acomodação com café da manhã” para quem fosse a uma conferência na cidade.
Eles testaram o quê? Se pessoas estariam dispostas a pagar para se hospedar na casa de desconhecidos e se outras topariam receber essas pessoas.
Com três hóspedes, conseguiram validar a ideia, ouvir feedbacks e entender onde estavam os pontos críticos. Só depois disso começaram a investir em melhorias, site, fotos profissionais, pagamentos integrados, avaliações, etc.
💡O MVP é sobre resolver um problema real, mesmo com uma solução improvisada. Se o valor é claro, as limitações técnicas não são o que impede a validação.
MVP com Lean Inception: faça direito!
Começar um MVP com Lean Inception não é sobre seguir uma fórmula para desenvolver; é sobre tomar decisões mais conscientes desde o primeiro dia. Com um processo bem estruturado, seu time deixa de lado os achismos e passa a trabalhar com foco, alinhamento e entregas que geram aprendizado real.
Se sua empresa precisa sair da ideia para a entrega com segurança, o time da Supero conduz Lean Inceptions com clareza de propósito e experiência prática em projetos complexos. Vamos conversar sobre o seu próximo MVP?