Entenda qual a importância de desenvolver uma estratégia de confiança corporativa e como usar esse requisito para conquistar profissionais, clientes e parceiros
Em momentos de instabilidade econômica e incertezas políticas, alguns aspectos empresariais deixam de ser luxo e passam a ser relevantes no mercado. A confiança corporativa tornou-se um deles, principalmente para empresas B2B, em que uma marca forte, em tempos atuais, faz toda a diferença na hora da venda.
No entanto, as organizações não parecem acompanhar as tendências da sociedade. O mais recente Índice de Confiança Empresarial (ICE) do FGV IBRE, caiu 2,5 pontos, interrompendo a sequência de cinco altas consecutivas, iniciada em abril de 2021. De acordo com o estudo, a queda da confiança dos empresários foi motivada tanto pela piora da avaliação sobre a situação corrente quanto das expectativas para os próximos meses.
Para Aloisio Campelo Jr., Superintendente de Estatísticas do FGV IBRE:
Apesar de ser a primeira queda desde março deste ano, a evolução da confiança empresarial em setembro preocupa em função da piora das expectativas, que deixam de ser otimistas e passam a ser neutras. O quadro de crescimento econômico moderado se mantém neste final de terceiro trimestre mas surgem no radar empresarial os riscos de uma crise energética, uma possível desaceleração da economia chinesa e o impacto da alta gradual dos juros no consumo interno.
Entre os setores que integram o ICE, apenas a confiança do setor de construção não recuou em setembro, com uma variação de +0,1 ponto. A confiança do Comércio registrou a maior queda entre os setores, seguido por Serviços e Indústria.
Diante desse cenário, qual a importância da confiança corporativa? E como construir e fortalecer esse requisito para crescer em um mercado cada vez mais competitivo?
Neste post, vamos abordar porque uma estratégia de confiança corporativa é relevante e como construir e fortalecer a confiança corporativa para alavancar os negócios.
Porque ter uma estratégia de confiança corporativa é relevante
Recente pesquisa da Forrester mostra que a atual transformação da confiança tem gerado uma oportunidade para empresas entenderem a relevância desse fator para todo ecossistema empresarial.
De acordo com pesquisa para detectar e compreender esse novo padrão de confiança, líderes empresariais devem estar atentos a 3 pontos-chaves:
Pessoas
A confiança está ligada ao nosso sistema nervoso. Ou seja, a confiança é racional e visceral, o que significa que os especialistas podem usar explicações lógicas e químicas para entender e prever quando, onde e como a confiança desencadeia o comportamento dos humanos.
Tecnologia
As novas tecnologias estão desempenhando um papel dúbio na confiança. À medida que as tecnologias de automação evoluem, crescem também medos e dúvidas que desencadeiam ansiedade e diminuem a confiança.
Dados da pesquisa mostram que um quinto dos tomadores de decisão globais de dados e análises das empresas que usam ou estão interessados em IA dizem que a falta de confiança na tecnologia é o maior desafio para adoção da organização em tecnologias habilitadas para IA.
Ecossistema
Quando a ação de um parceiro resulta em uma violação de dados sensível ou abuso ético, seus proprietários o responsabilizam pela quebra de confiança. O oposto também é válido.
Segundo os números do relatório, quando os consumidores online dos EUA confiam em uma empresa, 72% revelaram que também estão dispostos a confiar em afiliados da marca.
A partir desses três pontos, podemos concluir que empresas confiáveis têm maior potencial de crescimento. Primeiro porque os clientes confiam em sua credibilidade. Segundo, devido a transparência de seus processos, os profissionais estão mais propensos a serem produtivos e por fim, os parceiros tendem a querer se aproximar e negociar novos serviços.
Saiba mais: Integridade Corporativa: como colocar em prática?
Como construir e fortalecer a confiança corporativa?
As organizações sabem que, se a confiança corporativa é cada vez mais um imperativo, não há como ignorá-la. Até porque a tendência é que esse requisito cresça e se estabeleça no mercado global.
No entanto, por ser uma novidade para algumas organizações, muitos líderes tentam entender o conceito de confiança corporativa e como fazer para colocá-la em prática.
Segundo a Forrester, confiança corporativa é “a alta probabilidade de que uma organização irá gerar resultado positivo específico em um relacionamento”. E nesse caso entende-se com clientes, parceiros ou profissionais.
Portanto, para ajudar líderes e organizações a construírem e fortalecerem sua confiança corporativa, relacionamos a seguir 4 dicas e boas práticas, baseadas nos passos indicados pela Forrester.
1. Tenha referência do seu nível de confiança atual
Faça uma autoavaliação da organização a partir de dados coletados de diferentes grupos (clientes, profissionais e parceiros). Isso ajudará a ver a organização através dos olhos de seus stakeholders e descobrir lacunas de confiança. Assim, será possível identificar pontos cegos e priorizar ações através de alavancas de confiança.
2. Priorize desenvolver um plano de ação
Priorize o público mais propensos a ter um impacto nas percepções de confiança para o seu tipo de negócio e estabeleça uma meta adequada. Lembre-se de levar em consideração o orçamento e as prioridades corporativas. Identifique as principais ações e defina um tempo realista que possa estabelecer confiança em algumas semanas ou meses. Acompanhe as métricas, continuamente, para verificar o rastreamento e saber se precisa de ajuste.
3. Alinhe e integre confiança a experiência da marca
Estudos da Forrester mostram que a confiança funciona com outras emoções para fortalecer as percepções da marca e desencadear a intenção, preferência e disposição de compra. Por isso, desenvolver iniciativas para aumentar a confiança baseada na experiência do cliente, profissional ou fornecedor pode ser uma boa estratégia.
4. Incorpore mecanismos de prestação de contas
Quando há uma quebra de confiança, é indicado ter mecanismos para garantir que a empresa assuma a responsabilidade, aceite as consequências e volte a ficar bem vista pelo público. As pessoas tendem a perder a confiança não em organizações que erram, mas em organizações que não assumem seus erros. Por isso, se você realmente quer melhorar seus níveis de confiança, seja responsável por atingir ou perder essas metas.
Dessa forma, quando realizadas corretamente, essas iniciativas ajudam a aumentar a confiança corporativa da sua empresa. Afinal, como vimos, organizações confiáveis tendem a minimizar riscos, a partir da construção de vínculos inquebráveis com clientes, retenção de talentos mais dedicados e criação de modelos sólidos com parceiros e tecnologias emergentes.
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A confiança corporativa deve ser construída com dedicação
Como vimos, a confiança corporativa é um atributo que deve ser construído com dedicação, em cada interação com o cliente, parceiro ou profissional.
Com tantas mudanças no cenário B2B, desde o impacto da COVID-19 nos negócios, poucas empresas estão preparadas para os novos padrões de confiança que estão surgindo.
Contudo, está claro que organizações que conseguirem construir e fortalecer essa relação obterão vantagem competitiva.
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